A mostra “Flagrante deleite”, que estará patente na Culturgest, Lisboa, até 16 de janeiro, apresenta uma larga e crucial retrospetiva do trabalho da alemã Rosemarie Trockel. Criadora incontornável dos circuitos internacionais da arte contemporânea, Trockel tem procurado, desde os primórdios da sua prática profissional (situados fundamentalmente na segunda metade da década de 70), a liberdade formal e a desconstrução dos discursos culturais, estéticos e simbólicos vigentes. Declaradamente inquietante, ambíguo, híbrido, amiúde opaco e impenetrável, o universo criativo de Trockel oferece-se como absolutamente vanguardista no conceito, no ato, na expressão e na concretização. Humorísticas, ontologicamente provocatórias e passíveis de infinitas leituras, as suas obras tanto revelam como ocultam sentidos que questionam o lugar do espetador e o grau de legibilidade das peças expostas. A diversidade de materiais empregues – a madeira, a lã, o plástico ou a esponja – e a pluralidade de técnicas utilizadas – a colagem, a pintura, a escultura, a cerâmica ou o tricô – são reveladoras de uma investigação com profundidade suficiente para se permitir a uma imensa originalidade e relevância estética.
até 6 janeiro
exposição de Rosemarie Trockel, “Flagrante deleite”
Culturgest, Lisboa
