Tag Archives: Martin Scorsese

“O lobo de Wall Street”, de Martin Scorsese

martin scorsese the wolf of wall street

De que falamos quando falamos de circulação de dinheiro? Por certo de economias e finanças, estratégias de lucro ou lógicas de investimentos… Quase duas décadas depois de “Casino” (1995), sobre o jogo em Las Vegas, a resposta de Martin Scorsese volta a ser bem diferente e incomparavelmente mais visceral. A saber: o dinheiro segue os desejos humanos, sustenta ou decompõe os nossos imaginários e imaginações, enfim, a sua intensidade passa sempre pelos corpos. Daí que “O lobo de Wall Street”, inspirado na vida real de Jordan Belfort (condenado por práticas ilícitas na bolsa de Nova Iorque durante a década de 90), possua o delírio e a Continue reading

“Taxi driver”, de Martin Scorsese

martin scorsese taxi driver

Em boa verdade, a história do cinema pode (também) ser contada como uma sucessão de conjunturas tecnológicas. Cumprindo uma regra que atrai os mais variados dramatismos: cada uma dessas conjunturas parece perverter os valores da anterior. Afinal de contas, no momento da generalização industrial e comercial do som, Chaplin lamentava a morte do cinema… Trinta e sete anos passados sobre a sua estreia (8 de fevereiro de 1976, nos Estados Unidos), a reposição de “Taxi driver”, em cópia restaurada, ficará por certo como um Continue reading

“A invenção de Hugo”, de Martin Scorsese

A primeira incursão do realizador Martin Scorsese no universo das potencialidades 3d acontece neste recente “Hugo”, longa metragem baseada no livro infantojuvenil “A invenção de Hugo Cabret” (2007), de Brian Selznick. Com guião de John Logan e a presença de atores cumpridores – como os jovens Asa Butterfield e Chloë Grace Moretz, o cómico Sasha Baron Cohen, os experientes Jude Law e Christopher Lee, e ainda o magnífico Ben Kingsley -, este é um filme sobre filmes, um filme sobre sonhos e um tributo às origens do cinema. A história da sétima arte e, em particular, a história de um dos seus mais ilustres e mágicos fundadores, Georges Méliès, é aqui recontada em narrativa bem condensada e didática: como protagonista, um orfão dickensiano, que se movimenta em cenários que recordam Tim Burton e Steven Spielberg. Sublinhe-se a viciante presença de Continue reading