Misto de sensualidade e inteligência pop, Donna Summer (31 de dezembro de 1948 / 17 de maio de 2012) começou por ditar as regras do disco sound, com o auxílio luxuoso do génio de Giorgio Moroder e Pete Bellotte, nos quase 17 minutos da canção “Love to love you baby” e nas restantes faixas do visionário LP de 1975 que tomaria o mesmo título. Incontornável ícone da música popular da segunda metade dos anos 70 e início dos 80, começou por cantar em coros gospel e em bandas influenciadas pelo universo sonoro da Motown, em Boston, cidade onde nasceu. Depois de uma passagem pela Broadway, viajou, com o elenco do musical “Hair”, para a Europa. Na Alemanha, conheceu Moroder, com quem viria a trabalhar em diversos álbuns que inundariam as pistas de dança com as suas vocalizações declaradamente voluptuosas. O final da década de 70 e os alvores do decénio seguinte foram especialmente marcantes, com registos que reforçaram não só as suas virtudes enquanto intérprete e cantautora, como a crescente solidificação do fenómeno da música disco, que teve em Donna Summer uma das suas mais visíveis vozes. A obra prima “I feel love” (1977), “Last dance” (1978), “Bad girls” (1979) e “Hot stuff” (também de 1979) garantiram-lhe uma prosperidade estética e financeira que, contudo, entrariam em falência a partir de meados dos anos 80, em grande parte devido à postura controversa que passou a adotar publicamente. Donna Summer é marca impressa na cultura pop, com um legado que se repercute de forma assumida em figuras que vão de Madonna aos Duran Duran ou de David Bowie aos Blondie.
discografia essencial:
“Love to love you baby” [Casablanca, 1975]
“A love trilogy” [Casablanca, 1976]
“Four seasons of love” [Casablanca, 1976]
“I remember yesterday” [Casablanca, 1977]
“Bad girls” [Casablanca, 1979]
“The wanderer” [Casablanca, 1980]
“She works hard for the money” [Casablanca, 1983]
