“(Don’t you know) that this funk iz real?” poderia ser a eterna pergunta retórica – com resposta vinculativa impressa – de Damon Riddick, a.k.a. Dâm-Funk. Multi-instrumentista, compositor, produtor e dj que pensa o funk como um modo de vida e faz das perspetivas sonoras do boogie, do eletro funk e da soul de alma digital dos 80s uma referência primeira, o californiano procura ressuscitar a ambiência eletrónica descendente do hip hop que o advento da house terá ofuscado. Apelidado de “embaixador do boogie funk”, recupera as suas edénicas linhas mestre, não para uma mera evocação nostálgica, de culto imaculado, mas para um exercício de experimentação que transcende as fronteiras gerais do tempo – o que convoca e o que efetivamente habita. Com o álbum de estreia “Toeachizown” (editado, em 2009, pela essencial Stones Throw), façanha épica em quíntuplo vinil e duplo disco compacto, Dâm-Funk eivou o primevo espaço sideral dos lúbricos falsetes à Prince, sintetizadores vintage e pianos elétricos, de incursões minimais e psicadélicas, repletas de poeiras futuristas. O vibe galático de Dâm-Funk, condensado, no ano passado, no espantoso EP de download gratuito “Innafocuseddaze“, repercute-se, porém, para lá do seu “modern funk”, usando a terminologia que o próprio aplica àquilo que faz. Com remisturas concebidas para os Animal Collective, Ariel Pink’s Haunted Graffiti, Nite Jewel, entre muitos outros, o músico, regressa amanhã a Lisboa para uma atuação no Club Absolut, Lisboa, complementada, pela noite dentro, por um concerto da oleadíssima Cais do Sodré Funk Connection e por dj sets de Major, Rui Murka, Photonz, etc. Com um disco anunciado para o próximo outono, Dâm-Funk voltará a Portugal daqui a poucas semanas, para um concerto agendado para o dia 5 de julho, no festival Super Bock Super Rock.
9 junho, 11 pm
concerto Dâm-Funk
[1ª parte: Cais do Sodré Funk Connection + dj sets de Major, Rui Murka, Photonz, Isilda Sanches, etc…]
Absolut Club, Lisboa
