“Django libertado”, de Quentin Tarantino

quentin tarantino django unchained

Será que, depois da revisão crítica do western encetada na década de 60 (Sam Peckinpah, Abraham Polonsky, etc.), já existe um pós-western? A pergunta adquire nova pertinência face ao filme de Tarantino, por certo uma das mais paradoxais e empolgantes respostas que poderíamos imaginar. Tudo se passa como se, expondo sem ambiguidades a temática da escravatura, “Django libertado” cometesse uma singular proeza metafórica: a de iluminar o recalcado histórico do western clássico, ao mesmo tempo celebrando a gloriosa impossibilidade da sua renovação. Porquê gloriosa? Porque Tarantino não é apenas um colecionador de citações dos modelos que o inspiram. Há nele também a capacidade de ultrapassar as fronteiras desses modelos, por assim dizer concretizando a utopia estética que os habitava. Nesta perspetiva, podemos dizer que estamos perante uma exuberante “western-ópera”… Antecedentes? Não tem. Descendência? Provavelmente acaba aqui. E basta isso para lhe conferir um lugar na história.

24 janeiro [estreia nacional]
filme “Django libertado” [“Django unchained”], de Quentin Tarantino, com Jamie Foxx, Don Johnson, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Christoph Waltz,…

João Lopes

 

texto no Sound + Vision [ 1 ]

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