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“As bacantes”, de José Celso, no São Luiz Teatro Municipal, Lisboa

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Uma “tragicomediorgia”, ou seja, uma “ópera de carnaval”. Aquilo que José Celso, vulto maior do teatro brasileiro moderno, faz com o texto clássico de Eurípides, é uma monumental interpretação contemporânea que cruza a tragédia grega sobre a morte de Penteu, rei de Tebas, por se recusar a adorar o deus Baco e proibir todas as formas de culto a ele prestadas, e as subjetividades da história e da cultura do Brasil, numa singular performance que celebra, in loco, os êxtases dionisíacos. Com o seu Teatro Oficina Uzyna Uzona, recria com mais de 50 elementos (entre os quais se incluem, para além dos atores, músicos, DJs e VJs) as venerações orgiásticas e os coros dos sátiros adoradores do deus da vida, da música, da embriaguez, do falo ou do teatro, numa sala em que as fronteiras do palco se confundem com as do espetador. Espetáculo que o encenador e dramaturgo tem vindo a apresentar desde 1995, “As bacantes” segundo José Celso conjugam os rituais dionisíacos com o samba e as tradições populares carnavalescas, numa apoteótica comemoração dos prazeres do corpo e do espírito. Teatro de irreverência, aqui se propõe “antropofagia pura” (que Celso tem defendido desde os primórdios do seu trabalho), à maneira das conceções polémicas de Oswald de Andrade e dos mais radicais pensadores do movimento tropicalista, que nas sacerdotisas de Dionísio parecem aqui encontrar as suas modelares origens.

20 > 22 janeiro, 8 pm [dias 20 + 21] + 4 pm [dia 22]
espetáculo “As bacantes”, a partir de Eurípides, adaptação de Catherine Hirsch, Marcelo Drummond e José Celso, encenação de José Celso, com Marcelo Drummond, Fred Steffen, José Celso,…
São Luiz Teatro Municipal, Lisboa

 

site do Teatro Oficina

 

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