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“The Monuments Men – Os caçadores de tesouros”, de George Clooney

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Infelizmente, a “fama” mediática é uma qualidade (?) que tende a diminuir as qualidades de alguns dos que exalta. George Clooney, por exemplo: a sua obra como realizador continua a ser mal conhecida ou simplesmente arrumada como descartável. De facto, não haverá muitos que, como ele, persistam na exploração dos modelos de um cinema liberal herdado das convulsões das décadas de 60/70, colocando em cena as tensões — psicológicas e políticas — entre desígnios individuais e odisseias coletivas. Depois de “Nos idos de março” (2011), metódica desmontagem dos bastidores de uma campanha eleitoral, aí o temos a dirigir este “The Monuments Men”, apostado em resgatar um capítulo esquecido da II Guerra Mundial: a recuperação de centenas de obras de arte roubadas pelos nazis. Sem temer a candura clássica de uma aventura em que a linha de demarcação entre o Bem e o Mal não envolve ambiguidades, Clooney faz um filme de pura exaltação dos objetos artísticos e do seu insubstituível valor. Em tempos de tantas e tão frágeis ligações virtuais, sustentar este humanismo cristalino é uma ousadia ética e estética.

João Lopes

20 fevereiro [estreia nacional]
filme “The Monuments Men – Os caçadores de tesouros” [“The Monuments Men”], de George Clooney, com George Clooney, Matt Damon, Bill Murray, Cate Blanchett, John Goodman, Bob Balaban,…
Big Picture, 2014

 

texto no Sound + Vision

 

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