É já amanhã que Norah Jones pisará novamente solo português, agora para apresentar o seu quinto álbum de originais a solo, “… Little broken hearts”. Lançado em maio deste ano e produzido por Danger Mouse – um dos rostos criativos dos Gnarls Barkley e dos Broken Bells, que já orientou trabalhos longos de Beck (“Modern guilt”), The Black Keys (“Attack & release”, “Brothers” e “El camino”) ou The Rapture (“Pieces of the people we love”), entre muitos outros –, o disco da compositora e intérprete norteamericana é uma narrativa feita de 12 canções, por um lado fiel ao seu imaginário lírico e musical, e, por outro, exemplificativa de uma discreta rutura estética que o registo precedente, o mais consistente “The fall” (2009), já antecipava. A viagem cinematográfica de Jones por uma intimidade amorosa não se modela tanto às suas raízes do smooth jazz ou da country, mas converge fundamentalmente para instrumentações mais afetas às da pop e do rock informados nessas fronteiras. Ainda assim, a herdeira genética de Ravi Shankar mantém um campo de liberdade na country com a sua aventura paralela The Little Willies, coletivo que editou também há poucos meses o seu segundo LP. “For the good times” é um disco de belíssima e prolífera reverência, onde estão incluídas singelas versões de clássicos do cancioneiro de Loretta Lynn, Dolly Parton, Quincy Jones, Johnny Cash, Willie Nelson ou Kris Kristofferson. Que a arena do Campo Pequeno seja abençoada com o que de mais inefável se revela nestes “good times” da alma country de Norah Jones…
22 setembro, 9 pm
concerto de Norah Jones
Campo Pequeno, Lisboa
disco “… Little broken hearts”, de Norah Jones
Blue Note / EMI, 2012
disco “For the good times”, dos The Little Willies
Parlophone / EMI, 2012
