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“A sombra do caçador”, de Charles Laughton

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Film noir de assinaláveis contornos realistas, “A sombra do caçador” sustenta grande medida do seu génio numa narrativa em implacável crescendo dramático, desenrolada no período da Grande Depressão norteamericana. Um imaculado Robert Mitchum é o Reverendo Harry Powell, profeta de aparência idónea e apologista de um modo peculiar e radical de interpretar e viver os mandamentos sagrados (“a religião que o Todo-Poderoso e eu acordámos entre nós”). O único filme realizado pelo ator Charles Laughton, que conta igualmente com históricos desempenhos de Shelley Winters e de Lillian Gish, é uma obra-prima que deixa marcas indeléveis na memória de todos quantos por ele já se deixaram seduzir e aterrorizar (da canção de embalar que Mitchum canta aos seus novos enteados às tatuagens – “LOVE” e “HATE” – que exibe nos dedos das mãos, muitos são os momentos verdadeiramente antológicos). Agora e sempre, essencial. 

dvd “A sombra do caçador” [“The night of the hunter”], de Charles Laughton, com Robert Mitchum, Shelley Winters e Lillian Gish
Alambique, 1955 / 2011

 

Bruno Bènard-Guedes:
O ator Charles Laughton mascarou-se apenas por uma vez como realizador, mas dessa fugaz experiência assomou “A sombra do caçador”, superlativa parábola versando a sobrevivência da moral como imperativo irredutível da espécie humana, sem assertividades dogmáticas de conveniência. Um clássico de visionamento particularmente pertinente nos dias de trevas (emocionais, espirituais, sociais, económicas,…) que vamos atravessando. texto no Cria Cria

 

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