A idílica compositora, cantora, guitarrista e harpista norteamericana Josephine Foster regressa a Portugal para apresentar o seu novo trabalho, “Blood rushing”, em dois recitais agendados para hoje, no renovado B.Leza, Lisboa, e amanhã, no Passos Manuel, Porto. Disco que agrega dez melodias pejadas de uma intimidade etérea, este é o primeiro álbum com material lírico original da autoria de Foster desde 2008, altura em que nos deu “This coming gladness”. Entrementes, existiram criações inspiradas na poesia de Emily Dickinson (“Graphic as a star”) e no universo literário de García Lorca (“Anda jaleo”, com a Victor Herrero Band). O recém-chegado “Blood rushing” é a assunção de uma identidade transversal e multifacetada, primorosa em alcançar a harmonia nas imensas referências que acolhe e experimenta. O imaginário folk que reveste as canções e memórias de Foster encontra aqui um equilíbrio absolutamente orgânico com a country, a instrumentação hispânica, evocações medievais e algum rock psicadélico, tão alinhado e andarilho quanto o da alma e voz de aura ancestral – nascida no Colorado, sediada em Granada – que lhe dá substância. Singela e imperdível experiência a de testemunhar nestes dias a generosidade criativa de Josephine Foster e do grupo de ilustres músicos de que se faz acompanhar nesta digressão: Victor Herrero, Paz Lenchantin e Alex Neilson.
17 + 18 outubro, 10 pm
concertos de Josephine Foster
B.Leza, Lisboa [dia 17]
Passos Manuel, Porto [dia 18]
disco “Blood rushing”, de Josephine Foster
Fire Records / import. Flur, 2012