“A Dama e o vagabundo”, de Clyde Geronimi, Hamilton Luske e Wilfred Jackson

É um dos clássicos absolutos da história do cinema infantil e uma das mais inesquecíveis produções dos estúdios de Walt Disney. Estreado em 1955, o original “Lady and the tramp” contava, porém, já com um período superior a duas décadas de trabalhos, desde que, em 1930, Joe Grant lançou uma ideia baseada num episódio familiar: transpor para a sétima arte a narrativa de uma pequena cadelinha, recebida de presente numa noite de Natal, e que subitamente partilha atenções com um bebé recém-nascido. A 15.ª obra da Disney foi a primeira longa metragem de animação filmada em CinemaScope. Ainda hoje, esta fábula se distingue pela sua intemporalidade visual, pelo seu requintado humor e pela sua terna candura. As aventuras de uma cocker spaniel com um heroico cão rafeiro são quase sempre acompanhadas pelos seus parceiros de eleição, entre os quais se elencam um filósofo russo, um chihuahua mexicano, uma ex-atriz, o velho Truta e o terrier Joca – todos rivalizando com alguns humanos (pois tanto existem os donos carinhosos, como os mais atrozes espécimes, sobretudo os responsáveis pelos canis) e com os habituais inimigos, prototipados numa maquiavélica dupla de gatos siameses, que constituem igualmente uma marca indelével deste filme. Mas o plano de ação de “A Dama e o vagabundo” é em primeiro lugar o dos seus protagonistas – e aquilo que aqui se filma não é a perspetiva do homem em relação ao seu “melhor amigo”, mas tão só (e tão singularmente por isso) a coexistência destes caninos, socialmente díspares, uns com os outros. A memória intocável da presente obra prima da Disney deve-se também, sem dúvida, à banda sonora que lhe vem associada, da autoria de Sonny Burke e Peggy Lee, diva que dá igualmente voz a uma série de personagens. Estas e uma miríade de outras virtudes tornam essencial o visionamento de “A Dama e o vagabundo” no grande ecrã, já neste próximo sábado, dia 13, na Cinemateca Júnior, Lisboa, para depois querer reviver amiúde o esplendor imaculado desta peça de ouro da cinematografia norteamericana através da sua recente reedição em dvd – suporte no qual, para além do filme, estão incluídos um pequeno documentário com a filha de Walt Disney, Diane Disney Miller, sobre as vivências mais íntimas da sua família na Disneylândia (Pensilvânia) ou uma breve apresentação, com animações, entrevistas e convidados especiais, sobre as famílias e raças caninas.

dvd “A Dama e o vagabundo” [“Lady and the tramp”], de Clyde Geronimi, Hamilton Luske e Wilfred Jackson, com as vozes de Peggy Lee, Barbara Luddy,…
Disney / Zon, 1955 / 2012

13 outubro, 3 pm
filme “A Dama e o vagabundo” [“Lady and the tramp”], de Clyde Geronimi, Hamilton Luske e Wilfred Jackson, com as vozes de Peggy Lee, Barbara Luddy,…
Cinemateca Júnior, Palácio Foz, Lisboa

 

Leave a Reply

Fill in your details below or click an icon to log in:

WordPress.com Logo

You are commenting using your WordPress.com account. Log Out /  Change )

Google photo

You are commenting using your Google account. Log Out /  Change )

Twitter picture

You are commenting using your Twitter account. Log Out /  Change )

Facebook photo

You are commenting using your Facebook account. Log Out /  Change )

Connecting to %s